Minha razão

Olá!!
Criei esse espaço para postar subjetivações subjetivantes do sujeito que sou!
Filosofia, psicologia, educação.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

O trabalho no caráter

       Somos seres desviados e desviantes. As restrições, que acontecem em multidimensionalidade (corporal, psicológica, social, cultural), impedem o fluir autônomo e saudável. As restrições funcionam como diques, obstáculos. Liberar é soltar o movimento das ondas e ajudar o corpo no auto-regular-se..
       Na terapia craniossacral usamos toques suaves para desmobilizar cistos energéticos. O cisto pode estar longe do ponto do trauma, pois ele se instala onde encontra uma resistência à propagação da onda energética do impacto. Se as mãos seguraram o corpo na hora da queda, o cisto pode estar instalado no ombro, ou no pescoço, ou até mesmo na cabeça, dependendo da força do impacto e da propagação.
       Quem trabalha com dor deve sempre lembrar que a dor é multifacetada e com mais de uma máscara. Uma dessas máscaras é a dor referida, ou seja, dói aqui, mas o foco é lá. Da mesma forma um cisto energético, que se instala onde a força da impacto é anulada pela força de resistência dos tecidos do corpo.
       Muitos cistos, muitas marcas, constroem o nosso caráter, tema que já pude trabalhar em outro post desse blog. O caráter é nossa armadura, nossa forma que formatou o fluido da configuração, onde estacionou a personalidade. É como um modelo pré-fabricado, um molde que nos coloca na síndrome da repetição, forma de expressão da neurose.
       No nosso trabalho com toques suaves e diálogos prospectivos vamos ajudando a expressão da consciência que dissolve os cistos. Na conscientização vamos saindo das resposta automáticas de nosso robô 0 ou 1 e permitimos a expressão da resposta espontânea mais natural, menos artificial.
       Uma resposta se difere de uma reação. A reação é automática, a resposta é espontânea. Quando a vida te colocou um desafio você teve uma reação ou uma resposta?
       Todos nós, no geral, somos muito reativos, pois atuamos a partir do caráter automaticamente, do modo como ele foi programado. Liberar os cistos é trabalhar na desprogramação, permitindo novas re-programações. Quanto mais reativo somos, mais basal, mais reptiliano, mais luta ou fuga, mais garantia de território e sobrevivência sou. Assim, dessa forma, para chegar a dar RESPOSTAS à vida, precisamos trabalhar o caráter. Precisamos trabalhar algumas das rotinas seguras, muitas delas contrárias à natureza, onde nos estabelecemos e fizemos nosso patamar, nosso alicerce.
       Na psicoterapia conjugada com a terapia craniossacral desenvolvemos  o sentido de viver a vida como um mistério e deixamos de entendê-la como algo a administrar.