Minha razão

Olá!!
Criei esse espaço para postar subjetivações subjetivantes do sujeito que sou!
Filosofia, psicologia, educação.

sexta-feira, 5 de julho de 2019

A língua

A língua é um dos órgãos mais sensíveis do corpo.
É um caminho para a real ativação de TODO o cérebro.
E a língua tem alta precisão, por isso, FILOGENETICAMENTE o cérebro desenvolveu alta ligação com ela.
A estimulação da língua ativa o cérebro todo.
As crianças sensoriam o mundo pela língua.
Ter língua e sensoriar o mundo por ela fez nosso cérebro aprimorar e complexificar.

Dicas de Norman Doidge que fazem diferença na minha vida pessoal e profissional.

Relato de experiência profissional


Estágio Supervisionado na Clínica Psicológica com base na Teoria da Subjetividade.
Dra. Ana Maria Orofino Teles – psicóloga profissional autônoma
Palavras chave: subjetividade, psicoterapia, psicoterapeuta
Atividade exercida do ano 2015 até 2018 no IESB Oeste-Ceilândia/DF

Quando parto da subjetividade na mirada de González Rey (1997, 2005, 2007, 2011) não posso falar de uma especialização ou de uma capacitação dentro de uma ordem técnica. Meu trabalho, ao longo de mais de quatro anos como professora de psicologia, focou na aproximação ao espaço psicoterapêutico como um lugar de construção de estratégias de provocação do Outro, onde a criatividade e sensibilidade do terapeuta entraram como o elemento central do processo. Nesse sentido, no lugar de educadora, coordenava atividades dinâmicas de estímulo à criatividade e aos processos de construção de sensibilidade perceptiva ao momento do outro dentro dos marcos da psicoterapia. Nos encontros de supervisão atuava na produção da estratégia necessária a cada momento específico em questão, e para cada pessoa em singular, fosse ela psicoterapeuta ou pessoa em atendimento. Tendo a subjetividade como ponto de partida, considerava o humano como ser vivo e dinâmico, não uma máquina que responde à mecanicidade, sempre disponível às infinitas predisposições básicas do vir a ser, seja para o bem ou para o mau, para o desenvolvimento ou para a estagnação. Assim, criar e produzir sempre foram as molas mestras.
A teoria fornecia, dentre outros, uma visão de mundo que possibilitava compreender a subjetividade como um espaço que não se reduzia ao intrapsíquico, ao biológico ou ao sociológico-cultural, sendo ao mesmo tempo por todos eles constituída. As categorias de sujeito, de configuração subjetiva (organização instável da subjetividade) e de sentido subjetivo (caráter gerador do psíquico, considerando a imaginação e a criatividade como instâncias geradoras de processos simbólico-emocionais) eram o suporte que investigávamos e tangenciávamos para realizarmos efetivamente as atividades clínicas. O psicoterapeuta não era visto como um tecnólogo e sim como uma pessoa em um encontro dialógico, provocando o outro a ver-se e rever-se, estimulando a produção de sentidos subjetivos que se desdobrassem em reconfigurações que auxiliassem na transformação dos seus transtornos.
Em resumo, na nossa forma de trabalhar, psicoterapeuta e paciente são compreendidos como duas pessoas que crescem num encontro, sendo a estratégia de trabalho o facilitador do encontro provocativo. Nessa abordagem psicoterapêutica não existe um modelo a ser seguido, somente o desafio de encarar cada pessoa que chega como singular e cada novo encontro como possibilitador criativo de ação e transformação da situação concreta do viver.
Para a teoria da subjetividade é importante considerar o sujeito concreto e seus processos singulares, pois sua busca não é pelos universais e sim pelas construções singulares de cada pessoa. Não é intenção da teoria da subjetividade a construção de rótulos, mas a provocação do psicoterapeuta para que a pessoa possa advir sujeito de sua condição psíquica em seu contexto social e cultural concreto.

Referências consideradas:
GONZÁLEZ REY, F. L. Epistemología cualitativa y subjetividade. São Paulo: EDUC, 1997.
GONZÁLEZ REY, F. L. Sujeito e Subjetividade: uma aproximação histórico-cultural. São Paulo: Thomson. 2005.
GONZÁLEZ REY, F. L. Psicoterapia, subjetividade e pós-modernidade: uma aproximação histórico-cultural. São Paulo: Thomson, 2007.
GONZÁLEZ REY, F. L. El sujeto y la subjetividad en la psicología social: un enfoque histórico-cultural. Buenos Aires: NOVEDUC, 2011.


Sobre práticas alternativas em saúde

       Para compreender o que são práticas alternativas em saúde faz-se necessária a compreensão da dicotomização produzida por anos de racionalismo. Com o tema da subjetividade abrimos caminho para as integrações necessárias entre os polos opostos: natural-artificial; racional-irracional; coletivo-individual; cultural-biológico; simbólico-emocional; impessoal-pessoal; eu-não eu, dialogizando aquilo que havia sido separado no caminho. .
       Outro ponto é: se certas práticas funcionam positivamente, por que não podemos utilizá-las na prática profissional em saúde? O termo "alternativo" está vinculado ao "não-científico"; ao "não-objetivo" e, portanto, está desvalorizado. O senso-comum não tem valor em culturas muito racionais e científicas. Mas, se são positivas e produzem saúde, por qual razão descartá-las?
       Outro ponto importante é que as técnicas não são um fim em si mesmas, pois ganham sentido somente dentro de um marco teórico que a sustente e instigue. Assim, não basta aplicar técnicas de forma abstrata, como se isso bastasse ao processo. Sempre que um profissional foi treinado dentro de uma estratégia e que tenha responsabilidade sobre as intervenções e desdobramentos, ele pode utilizá-la, desde que sempre olhando o todo e não a estratégia por si só.
       As estratégias na nossa área psicológica irão ser efetivas na medida em que forem produtoras de sentido, geradoras de novas emoções, novos entendimentos e reflexões que enriqueçam o processo terapêutico.
       As estratégias devem sempre considerar a pessoa como sujeito potencial de sua transformação, não como um processo de cura milagrosa que o atinge de fora, deixando-a no lugar de um ser passivo. Toda estratégia deve ter um caráter relacional e deve prestigiar o caráter interativo do processo de transformação.

Transformar o programa


Transformar dá trabalho!
Primeiro eu preciso assumir o que quero transformar.
Depois preciso reconhecer bem aquilo que assumi como algo que quero transformar.
Daí posso trabalhar na transformação.
Não devo usar como meta meu passado, aquilo que eu fui, mas o que posso vir a ser.
Se está difícil construir conexões com Outros, faço conexão com o Outro que está em mim.

A psicologia nos ensina que fomos crianças absolutamente irracionais que viviam no meio de seres irracionais que se diziam racionais. Somos todos absolutamente confusos sobre o que é real e o que é imaginário. Num momento que não tínhamos nenhum tipo de razão formada, éramos puro impulso, sentimento, sensação, descoberta do mundo físico e social, aqueles que já estavam na vida da linguagem a mais tempo que nós, nos enchiam de mensagens contraditórias e surpreendentes. Com curiosidade, medo, alegrias e tristezas, raivas e impaciências, cuidado e extrapolações, nos formamos no que vivemos no hoje. O Eu está no hoje, louco pelo passado e ansioso pelo futuro.

Então, registro - transformar dá trabalho!!