Minha razão

Olá!!
Criei esse espaço para postar subjetivações subjetivantes do sujeito que sou!
Filosofia, psicologia, educação.

domingo, 22 de maio de 2016

Minha porta para o mundo

       Aprendi, na minha caminhada com meus professores, que buscamos portas para o mundo.
       Ao longo do tempo, no caminho da espécie humana, criamos algumas portas.
       Essas portas nos levam a lugares com janelas, de onde podemos olhar ainda mais a amplitude do mundo.
       Na busca por essa amplitude da visão, criamos os jogos com as imagens.
       Reificamos a porta para as janelas, traduzindo a poesia abstrata em linguagem digital.
       Hoje abrimos todos os dias nossas caixas de comunicação, que são portas, e vamos de uma janela em outra, multiplicando as portas, que antes eram materiais e agora estão imaterializadas aqui, nesse espaço, onde agora escrevo e publico, para já não mais me pertencer.

sábado, 21 de maio de 2016

Da Bio-cibernética ao Eco-lógico

       O termo biocibernética tem um grande valor, mas ele entrou em campos de muitos questionamentos e invalidações. É possível falar que o século XX foi um tempo de revoluções paradigmáticas. Esse século marcou a movimentação do pêndulo da mecanicidade à complexidade, passando pela construção da biocibernética, que sendo questionada, pode ser compreendida como ecológica.
       Nas vias de compreensão do humano, da vida e do universo como um todo, a humanidade elaborou estratégias de explicação que variam de um ponto de máxima concretude, chegando à máxima abstração. Quem somos nós? Entre extremos podemos dizer: ou somos a matéria, ou somos a energia. Ou somos os neurônios, ou somos os pensamentos. Ou somos os hormônios, ou somos as emoções. Se somos um lado da moeda, não somos o outro. Todavia, essa polarização, muitas vezes compreendida em dicotomia, está sendo suplantada pela percepção da unidade na diversidade. 
       O modelo moderno de pensamento científico e filosófico participou com força neste século fazendo o papel de verdade inquestionável e absoluta, marginalizando as vias mais singelas e coerentes do ser estar no mundo. As vias do pensamento moderno nos levou a valorizar mais o material, o efêmero, a padronização e universalização, a alienação, a disciplinarização, entre tantas outras, abandonando o outro lado da mesma moeda, que agora urge em se manifestar.
       Nos rumos de uma compreensão mais sistêmica, forjou-se a noção de uma biocibernética, que seria o movimento da vida para se auto-regular e, assim, perpetuar a si mesma. Na linguagem das retroalimentações, numa cibernética informacional, a vida dialoga consigo mesma na sua diversidade, e se aperfeiçoa para chegar a ter consciência, para daí poder pensar sobre si mesma.
       Essa linguagem atendeu por um tempo alguns dos inquietos pensadores da vida, tentando traduzir em unidade o corpo físico que foi compartimentalizado pela ciência positivista e mecanicista. Na procura por compreender que todas as partes estão ligadas, configurando sua harmonia de todo, a possibilidade de pensar um processo unitário que conjuga, inclusive, a filogênese e a ontogênese, o conceito de biocibernética marcou um lugar. Compreendendo que a vida se faz por codificação e de-codificação, creditou-se à biocibernética o entendimento da vida e suas manifestações.
      As críticas e recusas, mestras das revisões e avanços em termos do pensamento humano, convidou os sentidos a serem re-trabalhados, para assim chegarmos nas vias da linguagem mais propícia à necessidade de dar uma resposta que possa ajudar o humano a ajudar a si mesmo. Sendo assim, emerge como matriz conceitual a ecologia, linha de pensamento que ajuda a integrar os múltiplos cacos fragmentados pela história da modernidade. O sentido de todo precisa de uma ética ecológica para que as pessoas, inclusive, se sintam mais responsáveis pelo seu estar aí no mundo.
      O mais difícil é fazer valer esse pensamento, que ainda hoje perde espaço ao pensamento materialista e mecanicista. Vamos considerar, então, que ele só se consolidará pela autopoiese, ou seja, migrar a produção do conhecimento para a primeira pessoa, tirando da impessoalidade a compreensão do humano, da vida e do universo. No caminho da ciência em primeira pessoa, uma pedagogia de si em si.
       Aqueles que defenderam o conceito de biocibernética nos anos 60 e 70 do século passado possuem hoje um novo código, uma nova morada: a eco-lógica, algo que integra o humano ao vivo do planeta e ao vivo de si mesmo como aquele que pensa o ser que pensa.
       Eu, como autora, não abandono a biocibernética, mas a integro nos avanços do pensamento complexo do tempo presente que vivo. Se meus professores vivessem hoje também compreenderiam isso e imaginariam seu fazer como uma eco-lógica.

domingo, 1 de maio de 2016

Por um calendário para a paz

Uma luz
Que nasce
Do sopro
Da noite
Da semente
Do réptil
Que enlaçou os mundos
Da matéria
De uma estrela
De uma lua
De um sistema límbico
De um antropóide
De consciência
De caminhante
De uma magia
De uma visão
De um guerreiro
Em uma Terra
De imagens reais e irreais
De um processo
De uma luz
Que nasce ...

Pela vida em ciclos, pelos ciclos em vida.
Inspiração de um domingo de descanso do trabalhador.
De poemas e compreensões.
30 anos depois de 1986.