Minha razão

Olá!!
Criei esse espaço para postar subjetivações subjetivantes do sujeito que sou!
Filosofia, psicologia, educação.

sexta-feira, 18 de agosto de 2023

Origens

 Com certeza

A mulher nativa

Filha da Terra

Virgem


Com certeza

O invasor

O macho, bárbaro, possessivo


Sou filha do amor e da dor.


Não há Deus que nos salve disso

Não há Evangelho que nos sustente.

Acorda!

terça-feira, 11 de julho de 2023

Mundo e adoecimento

Nós estamos numa sinuca de bico.

Adoecemos o mundo, que agora nos adoece.

Não conseguiremos des-adoecer o mundo estando no mundo adoecido.

O mundo adoecido precisa de seres sadios.

Os seres sadios des-adoecerão o mundo.

Mas o mundo está adoecido! 

Como conseguiremos manter os sadios, sadios?

Não é medicar o doente,

É terminar com o mundo adoecido.

É natural e oscilante - não existe total estabilidade na natureza.


segunda-feira, 3 de julho de 2023

Sonho

Sonhei conosco essa semana.

Entre os presentes e os ausentes na cena, fica só uma certeza.
Vozes do afeto me ouviam e vozes do intelecto me falavam.
Algo saiu do recinto e fechou a porta. E não quer mais voltar ao espaço comum.
Mas fez isso, pois algo não convidado invadiu o recinto. E veio cheio de arrogância e prepotência.
Entre múltiplas interpretações possíveis, a certeza de uma dor que vai ser difícil de curar.
O meu lugar nisso tudo?
Testemunhar e sentir.
Beijos,
Ana

segunda-feira, 17 de abril de 2023

Delírios de Baldani

Apresento aqui neste post alguns dos delírios saudáveis de Mário Baldani, um dos precursores e criadores da Biocibernética Bucal nos anos 70. Encontrei essas anotações, feitas em um curso do qual participei nos dias 25 e 26 de agosto de 1990, por acaso. Elas estavam perdidas dentro de um caderno da formação de meu outro professor, o chileno Eleodoro Ortiz e só agora apareceram. Vou colocar tal qual encontrei no caderno, sem muito refinar, editar ou elaborar. Tudo o que aqui registro derivam das palavras de Mário Baldani. Só um deguste, para que fique aqui no tempo. Abre aspas!

Analfabeto é aquele que não tem consciência da realidade que vive e não aquele que não sabe escrever.

A criança nasce inocente e com cinco órgãos de sentidos ligados aos seus órgãos internos (organizados em si). Daí deriva a formação do sexto sentido, que é a percepção. Seis é sex, o sexo, ou seja - o seis ligado ao absoluto. A SEXUALIDADE é o sexo na idade.

Até dois anos a energia é totalmente bucal. A amamentação ocorre até ficar de pé. Depois que fica de pé ela se apoia no planeta e fica geocêntrica. Antes disso ela é antropocêntrica. De 4 até 6 anos a energia chega no sexo. O ano mais dramático é o 6º, quando chega o primeiro molar permanente. Outro ano dramático é o 19, quando chega o terceiro molar. E depois aos 42 anos. (21 + 21)

Se tudo vai funcionando certo, ok. No o sexto ano tudo fica introjetado. (aqui tem a analogia seis e sex)

PARADOXO = para viver o mundo de hoje, que está totalmente artificial, a boca não pode estar certinha. Se a boca está "fodida" a pessoa está melhor.

O furo n´água - só enquanto tem dedo é que tem furo.

Aprender a montar o processo no mecanismo de morte, que é = tudo pode! Menos uma coisa: matar! (morte, para Mário, era o maior tempo-espaço)

Quem sabe o que pode é o pai e a mãe. - E aí, não pode nada! Aí o próprio pai e a própria mãe matam o filho.

NORMA DO SISTEMA = a norma passa a ser normal.

Hoje em dia não se pode afirmar nada em biologia. Tem que ver a coerência e o que é coerente para um, não é para outro.

A criança indígena e a criança da mamadeira e da creche - a segunda está sendo programada para a tecnologia e a ciência.

Certo é o que funciona, então, rever o que não está funcionando e fazê-lo funcionar sem estabelecer padrões. 

A ciência não é má. Nós que fazemos um uso inadequado dela.

O homem cria problemas para achar soluções.

Sempre achamos bodes expiatórios para feitos nossos.

Não podemos levar o homem para o espaço do jeito que ele é, terráqueo.

Que bom que você está perdendo um dente. Sinal de que está fazendo experiências.

A experiência da encarnação é um grande choque, uma zona fóbica.

A experiência da grande massa preta energética, de alto potencial, que me dá choque e que eu ainda não consegui tocar. (tenho que atravessar essa zona fóbica, que é meu próprio medo).

- minha experiência uterina - meu parto - minha encarnação.

A experiência do grande uno que teve que começar a dividir, multiplicar, diferenciar, especializar e não tinha nenhum apoio.

Paleolítico - tempo uterino, formando inocência.

Neolítico - quando nasce, inocente.

A pedra lascada é onde começa a ciência. Daí vem a pedra polida e se constrói o templo, a prisão. Daí perde o templo, vem os podres, os valores externos e a criança vai para a prisão.

Período tribal; Período de grupos diferentes; Conceito de família; Democracia de massas; Democracia individual.

Para o indígena a pedra não tem valor de pedra preciosa. Há diferenças de valores nas culturas distintas.

Dos dois aos seis anos a criança é tribal. Não tem noção de espaço, de tempo, divisas, valores. Não tem referencial, não tem razão organizada. Não tem país, não tem divisa, forma um povo só.

Quando ela vai para a escola ela começa a aprender os limites (isso pode, isso não pode). Aí ela percebe onde a colocaram - a família, a loucura! Aí ela quer sair fora e se rebela.

Educar ou ensinar?

Dizer para o filho ser coerente como o pai? Que coerência? Cada um tem seu processo, sua história.

A criança briga com a família e vai para a democracia de massas - deixa crescer o cabelo, vira hippie, coloca a música alta, adquire ídolos, pega piolho, etc. Arrebenta as estruturas e não coloca outra no lugar. Aí vai para a Universidade. O difícil é entrar na democracia individual. É fácil ficar na democracia de massa.

A história se repete porque é introjetada no automático.

Vão introjetando conceitos na criança, acabando sua inocência. Vai criando a prisão, a culpa. Quando adulta ela estará totalmente introjetada.

Caímos na gaiola de ouro por amor. Estamos aprisionados. Nunca defenda a gaiola de ouro por ela ser de ouro. Somos subconscientes automatizados.

A terapia é uma forma de tratar a grande dor que o homem criou no universo. Na evolução, na medida que o homem ia mexendo no planeta, explorando, ele foi causando sua própria doença (corporal e espiritual).

Eu sou a ideia que injetaram em mim. Não existe pai e mãe - só guardiões dos espíritos livres (filhos de Deus). Ninguém é filho de ninguém.

A razão é referencial (a razão científica). A consciência é uma percepção maior.  Há o médico que não está preocupado com a vida e sim com a razão científica.

A mística do engodo é a maquiagem dos símbolos, que é o engodo da ciência. (transferiram o poder do padre para o cientista)

Nós somos a forma como nós pensamos. As tensões se liberam na forma de pensar.

O Eu ainda continua na nossa cabeça, na forma de pensar - ele ainda acredita na gaiola de ouro.

Existe um grande engodo na liberação do sexo, pois a liberação é no pensar. O vício é o dogma. Libera a cabeça e não mais existirão vícios, prisões. Quanto mais recalca o subconsciente, mais exacerba o sexo.

Nós somos descrentes de nós mesmos, não acreditamos no nosso potencial e por isso o castramos e preferimos não vivê-lo.

O PENSO é curativo (penso da mente = pensamento) - somos castrados, temos o nosso pensamento castrado.

A hora que abaixarem os dogmas, os conflitos atenuam. Mudaria a forma de pensamento da sociedade. Os dogmas que geram culpa são os de maior choque.

Nunca uma patologia foi eliminada - tá tudo sob controle por que é cultural. Para eliminá-la teria que eliminar a cultura.

(mastigar bem para fazer boa digestão)

As progressões:

1. Neuronal - progressão binária - 2 - 4 - 8 - 16 - 32 - 64 - 128 - 256 - altamente sensível no corpo, uma estrutura de memória.

2. Mielina espiralada - progressão logarítmica - 1 - 2 - 3 - 5 - 8 - 13 - 21 - 34 - 55 - 89 - 144 - 233 - 377

3. Cortical - progressão linear - 1 - 2 - 3 - 4 - 5 - 6 - 7 - 8 - 9 - 10 - 11 - ... - 33 - dá o enquadramento das coisas, o referencial - isso é bom, isso é ruim; isso pode, isso não pode.

Tudo tem um parâmetro, tudo tem um término.

As progressões são Neuronal, ligada às sensações; Mielina, ligada às emoções; Córtex, ligado à razão.

O tempo eu que determino = tempo que eu crio na quantidade que eu quero, de acordo com as minhas necessidades.

VIDA = o que eu quero manifestar - a ida da visão.

AMOR - a maior sabedoria

Mas eu realizo aquilo que foi introjetado, até que eu quebre essas ordens.

A preocupação da família é introjetar o mais rápido possível (VOCÊ "TEM QUE" FAZER ISSO).

INTROJEÇÃO DE SISTEMAS  (diferente de) eu faço aquilo que não me deixa apreensiva

Progressão do tempo - sistema de base - uma base para fazer uma expressão

O homem está no sistema de base 16 - 16 articulações - e tudo se junta no 33 (aqui entendo que Mário foca nos dentes - 32 + 1 = 33. Nossa base são os quatro grupos de 8 dentes, as 16 articulações. 16 no superior e 16 no inferior, estabelecendo aqui a base binária. Imagino isso agora, pois não temos 16 articulações. As grandes articulações são 13)

O máximo da razão humana se dá no número da besta - não precisa ir além dessas progressões

256 + 377 + 33 = 666

A função do tempo é a consciência e está ligado na têmpora.

No corpo humano é tudo por potência.

A matemática reforça a religião. 

2º=1; 2¹=2; 2²=4; 2³=8; 2=16; 2= 32; 2= 64; 2= 128; 2=256

E se você usar a base, você não escapa, pois tudo é introjetado.

A espécie emergiu em base 2 e precisou de milênios para chegar na base 10.

O que gera as patologias é a defasagem do tempo.

Decimal é acelerado, rápido. O binário é mais lento.    

2 elevado a zero é 1 (2º=1); 2 elevado a um é 2 (2¹=2); 2 elevado a 2 é 4 (2²=4); 2 elevado a 3 é 8 (2³=8) ...

10 elevado a zero é 1 (10º=1); 10 elevado a 1 é 10 (10¹=10); 10 elevado a 2 é 100 (10²=100); dez elevado à 3 é 1000 (10³=1000)

São progressões muito distintas e com velocidades diferentes de progressão.

No binário só existe o zero e o um. (0 - 1)

O binário não divide, não cria patologias. (se eu estou numa função eu vou nela até o fim)

Não pode misturar as coisas - separar o joio do trigo - desembolar o cotidiano.

Definir - sim e não

Se tem interesse - se tem um grau de importância - se tem um sentido - se tem significado - se não tem interferência - se tem atrito, se é de minha vontade - se é ético - se faço dentro do tempo certo (moral) - se é estético. E o mais importante de tudo - que retorno eu tenho.

Nunca devemos pedir nada a ninguém, muito menos a Deus. Nós somos efetuadores daquilo que vem da fonte. Deus paga, ele não é devedor - nós é que somos, por que não fazemos.

O aprendizado junto - fazer junto - colocar a mão na massa por que 60% da memória pertence ao tato. Mostrar pronto não ensina nada. Em tudo nós temos que participar. Não proibir, nem castrar a mão - por a mão na massa - usar o tato. O tato ocupa 60% das memórias do cérebro - os outros 40% são divididos entre outros.

O verbo é a dinâmica que permite a vida se manifestar.

Forma - função

DAR - DOAR

Dar é a forma sem função

Doar permite a função, fazer funcionar e não ficar ocioso.

DOAR tem que ter sabedoria (A), senão fica DOR.

Emprestar não é doar.

A pessoa não pode ficar ociosa, senão ela apodrece.

Quanto mais funcionar a forma, mais viva ela fica. Se não ela degenera.

A mãe se doa se ela faz o filho funcionar (doação é participação, fazendo junto a função).

Quando se dá não se pede nada em troca.

Se doar tem que fazer função. A doação é bom que venha acompanhada de uma ordem explícita.

LÓGICA DE POSIÇÃO MATEMÁTICA - (Baldani operava pela lógica, sempre)

Não existe matéria - existem diferentes estados de energia. Matéria e energia é a própria reflexão de si mesma.

Três chaves lógicas para montar qualquer estrutura: E - OU - NÃO

A chave dá o comportamento. Descobrir em qual lógica está montada a pessoa, ver qual é a chave. Há combinação de chaves.

A chave E só dá uma verdade - matéria e espírito - só tem uma entrada e uma saída, só tem uma verdade. A pessoa é feita com uma verdade, é dependente, não é capaz de ir em nenhum lugar sozinha, não liberta como indivíduo, medrosa, definida, constante, profunda. Essa pessoa tem que ser analisada ao contrário.

A chave OU funciona com 3 verdades - matéria ou espírito; o espírito fica do lado. Tem que definir a posição dele e não é fácil definir o indefinido. Ele joga sempre com 3 verdades - ou matéria ou espírito ou nada (não, negação). Ambíguo, incerto, obscuro, inconstante, superficial, materialista.

A chave NÃO está sempre ligada e quando vai engolir, desliga. É uma chave inversora. Ansiedade permanente, um circuito que não desliga.


O mais duro que existe no corpo é o esmalte dentário. Na natureza é o diamante.

Num processo inteiro não existem patologias.


quarta-feira, 22 de março de 2023

Psicologia Social

Neste texto irei compartilhar uma resenha que fiz sobre o livro "O social na psicologia e a psicologia social", de Fernando González Rey, cuja edição que tenho data de 2004, publicado pela Editora Vozes. Essa resenha eu fiz para meus alunos e alunas de Psicologia Social II, cuja ementa sugere amplificar o campo de entendimento da psicologia social para muito além da psicologia behaviorista (ou comportamental) norte americana. Portanto, o texto desta resenha é profundo e um tanto filosófico, mais do que teórico. Aqui não vou trazer a leitura de González Rey sobre a teoria da psicologia social, mas sua discussão sobre a ONTOLOGIA.

O livro está organizado em 3 capítulos. No primeiro ele compartilha a visão do social em diferentes campos da psicologia, no segundo ele discorre sobre as visões do social na psicologia social e no terceiro apresenta seu próprio entendimento e a sua busca pela construção de uma teoria que integre os fragmentos que encontrou no seu caminho de estudos.

É um livro de uma momento de maturidade em sua própria teoria da subjetividade, que ele construía desde 1994, ou até um pouco antes, se agregarmos ao seu histórico o foco na categoria de personalidade. Como é um autor que tem algo a propor teoricamente, mostra nessa obra o que considera os pontos fracos das outras teorias que existem na psicologia social e na psicologia como um todo.

Ele deixa claro no livro como as visões reducionistas de nosso objeto de estudos (o social na psicologia) acabam por perder de vista a complexidade do fenômeno psicológico humano. Assim ele propõe a saída da assunção da subjetividade como o foco de estudos da psicologia, dentro dos seguintes aspectos:

 - termos em mão algo que atenda a todos os campos, contribuindo com a construção de uma PSICOLOGIA GERAL.

 - a subjetividade entendida como um sistema de categorias e não uma categoria em si, absoluta e determinante. Essas categorias visam evidenciar o valor heurístico desse sistema macro.

 - Compreender a subjetividade como especificidade ontológica do psiquismo humano. Nesse sentido, ela seria o campo qualitativo onde não existiriam as dicotomias, apesar de haver contradição e paradoxo.

O ontológico é um termo que González Rey emprega para defender a qualidade diferenciada dos processos e fenômenos do mundo psicológico humano. Com isso quer destacar a especificidade qualitativa que anima os registros de realidade que emergem em nossas construções. Assim, pretende superar a noção de que a única coisa a ser referida nos estudos humanos e seus espaços sociais sejam as práticas e relações.

Compreender a subjetividade como uma ontologia humana é compreendê-la como PRODUÇÃO e não como REFLEXO e é considerar que não existe ISOMORFIA entre a psique e o social, pois são fenômenos qualitativamente diferentes. O que caracteriza subjetivamente o psiquismo humano é seu caráter GERADOR.

A base ontológica daquilo que ele define como subjetividade é a unidade simbólico-emocional produzida no curso das experiências que se desenvolvem num espaço de cultura.


terça-feira, 21 de março de 2023

Complexidade do Eu

É complexo, daí o desafio. Já coloquei em outros lugares aqui, mas eu mesma gosto sempre de relembrar. O pensamento dicotômico se cura pela dialógica e precisamos conhecer as múltiplas polaridades em tensão, tais como: o dentro e o fora; o individual e o social; a Eu e o Outro; o sujeito e o objeto; o real e o irreal; o consciente e o inconsciente; a família e o mundo; o autor e o personagem; o ator e o palco; a figura e o fundo; a estabilidade e a instabilidade; a subjetividade do objetivo e a objetividade do subjetivo.

Estudando o construcionismo social listei mais alguns dos polos que produzem a dicotomia do Eu, que são: a mente e os sentidos; a imaginação e a percepção; o ideal e o real; o subjetivo e o objetivo.. Sujeito e objeto; Eu e o Mundo.

Dessa dicotomia derivaram as escolas de pensamento que olharam para um dos polos, tentando anular ou desqualificar o outro. Do polo mental e idealista vieram o racionalismo, o idealismo e o estudo pelo abstrato. Do polo dos sentidos e da percepção vieram o pragmatismo, o empirismo e o estudo pelo concreto. Nas primeiras escolas a tese de que o mundo é a minha representação. Nas segundas a tese de que a ideia se pauta pela realidade, buscando frear o absolutismo da razão.

Ficar na mente dicotômica é estacionar no "ou é ou não é". Curar a dicotomia com a dialogicidade da complexidade é mergulhar no "é e não é", no "ser e não ser". E isso traz implicações ontológicas e também epistemológicas. Tal como já pude desenvolver antes em outros textos, lembro que a personalidade e o sujeito se desafiam permanentemente na organização do Eu, que é flutuante e afastado do equilíbrio.

Somos seres em dialógica, em movimento, em permanência e impermanência. O ator atua papéis sociais que se constroem nas relações sociais e também produz a si mesmo no jogo dialógico dessas múltiplas polaridades em tensão. A identidade seria como um ponto de referência, mas não o todo da coisa. Ela é um jogo entre a transformação e a manutenção, entre o diferente e o igual.

Por isso vale trazer a filosofia de Ortega-Y-Gasset que afirma que não existe um Eu absoluto. É sempre o Eu e sua circunstância. E não existe um ponto fixo para ser Eu. Existe uma complexidade contraditória e paradoxal sobre um ser que está no mundo em seu "ser aí", identificado com o seu "que fazer".

segunda-feira, 20 de março de 2023

Como as disciplinas se relacionam?

 Certas coisas eu trago pra cá, pois eu sei que aqui as acharei sempre que necessitar. Segue um ótimo resumo sobre a maneira, ou a forma, que as disciplinas de integram, se relacionam, produzindo campos de saberes.

MULTIDISCIPLINARIDADE - possibilidade de compreender um fenômeno com o aporte de várias e diferenciadas disciplinas.

PLURIDISCIPLINARIDADE - forma de desfragmentar o ensino justapondo disciplinas afins, disciplinas que são vizinhas e que formam áreas de estudos integrados.

INTERDISCIPLINARIDADE - a interdependência, a interação e a comunicação existente entre as áreas de conhecimento em um todo harmônico e não fragmentado.

TRANSDISCIPLINARIDADE - perceber o que está entre as disciplinas e para além de cada uma delas. Interessa-se pelos conhecimentos que não possuem assento em nenhuma das disciplinas.

quarta-feira, 15 de março de 2023

Os elétrons são vivos

O elétron vive um espaço seu, fechado em si, mas também produz interações virtuais à distância. Isso é algo importante de compreender para acercar-se da realidade da energia e da matéria.

Existe um nível psíquico das partículas onde elas apresentam as capacidades de comunicar-se entre si, considerando que elas são capazes de produzir essa comunicação mesmo à distância. Elas trocam informação, sendo que essa troca de informação pode ocorrer também à distância.

As ondas de DNA seriam como radiação eletromagnética decodificada. Nem somos capazes de abarcar tudo que isso significa.

A direção dos spins faz parte de uma opção. Ainda que sejam duas direções há um "ser livre para optar".

São propriedades do elétron a memória (armazenar conhecimento), o pensamento (a capacidade reflexiva), a ação (o movimento) e a ligação (amor). Essa micropartícula sabe, pensa, age e sente, imantando umas com outras.

Essas informações eu encontrei no livro "O Espírito, esse desconhecido", de Jean E. Charon. Ao entrar em contato com essa obra compreendi a máxima de Tales de Mileto: TUDO ESTÁ CHEIO DE DEUSES. Charon defende que o espírito habita o elétron. Cada micropartícula seria, em si, um ser espiritual. Estamos, assim, habitados por Deuses, somos a morada dos Deuses.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

Causar um efeito

 Sentir a emoção e estar absolutamente presente.


Os confortos viraram vício.

Então alguns passaram a escravizar os diferentes

E a predar o hospedeiro

Para sustentarem esse vício.

Sabem o final da história, né?

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2023

Pensar mudanças

Faz tempo que eu ensaio escrever um texto sobre o que aprendi com Joe Dispenza. Na verdade o que aprendi com ele reverbera em tudo o que aprendi com Norman Doidge, portanto, registrar esse aprendizado é amplificar um tema que já trouxe aqui no blog: a neuroplasticidade.

Pela neuroplasticidade sabemos a importância de, ao conhecer algo novo, falar sobre esse conhecimento e construir entendimento sobre o conhecido. Essa ação é crucial para o fortalecimento dos circuitos acionados no ato de conhecer esse novo. Portanto, só falar sobre um tema novo já ajuda na terapia, abrindo novos espaços com os novos conteúdos que irão auxiliar no processo de transformação. Cada vez que aprendemos coisas novas fazemos novas conexões sinápticas e acionamos novos circuitos. Nessa simples estratégia podemos também desbloquear circuitos que estão impedidos, obstruídos ou camuflados, pois pensamentos queimam circuitos neurais.

Joe Dispenza afirma: "minha personalidade cria a minha realidade pessoal". Com base nos saberes da neuroplasticidade, e também das recorrentes linhas de pensamento que compreendem a consciência como um campo quântico, ele fala: "o maior hábito que preciso quebrar é o hábito de ser eu mesma" e completa sugerindo que eu posso ser meu melhor placebo, curando-me a partir de meu próprio pensamento. 

Os estudos da neuroplasticidade revelam que pensar modifica os mapas cerebrais e a imaginação favorece consolidação de transformações por vivência e aprendizagem, basta ter intenção e foco. Com esses dois fatores aplicamos essa teoria na prática e conseguimos reorganizar nossa configuração de corpo e personalidade.

Não é tempo de saber "o que" e sim de saber o "como", ou seja, vivemos tempos mais de ação do que de intelectualização. É tempo de aplicar todo o conhecimento já acumulado pela ciência e, principalmente, pela neurociência. Nesse sentido, Joe Dispenza afirma alguns princípios importantes:

1. Acreditar que uma inteligência habita dentro de mim e que ela é consciência que dá vida. Necessitamos desenvolver uma relação com essa consciência.

2. Assumir a responsabilidade sobre a minha enfermidade, afinal, ela não foi provocada pelo agente externo, pois o território é onde acontece o fenômeno. São as minhas condições de pensar e de sentir que criam a minha enfermidade. Existe um vício nas emoções e elas estão ligadas a programas, influenciam o pensamento que por sua vez faz o cérebro produzir químicas, que interferem no corpo.

3. Desenvolver a consciência do observador - "não sou o programa" - perguntar-se: quem eu quero ser? Qual a minha nova personalidade? Posso me tornar outra pessoa? Quais pensamentos que quero queimar e firmar no meu cérebro? Em que eu quero acreditar? Como vou viver a minha vida curada?

Muitas pessoas não conseguem pensar fora daquilo que sentem. E se eu penso dentro daquilo que sinto estou pensando no passado. Daí a necessidade de fazer "ensaios mentais" - enviar ligações e fazer ligações, atar neurônios, queimar circuitos, disparar sinais e ligar as redes neurais.

4. Relaxar no momento presente e ir além do tempo. Experimentar a dissolução e considerar que quando a mente e a matéria estão absolutamente integradas fica difícil separá-las, impossível separar.

Não posso agir fora do meu nível de conhecimento, por isso preciso das aprendizagens. Viver é aprender e conhecer coisas novas, daí a importância de pensar mudanças.