Minha razão

Olá!!
Criei esse espaço para postar subjetivações subjetivantes do sujeito que sou!
Filosofia, psicologia, educação.

sábado, 31 de dezembro de 2016

As moedas

A história do mundo o converteu num local de enredo de uma história de poder de moedas e entre moedas.
Qual a moeda mais forte? Qual a relação entre as moedas?
Temos o dólar, aquele que se quis dominante.
Temos o euro, aquele que se quis social.
E temos o real, nossa moeda tupiniquim, que tenta ser gente num mundo mais amplo de moedas gigantes.
A nossa moeda nacional vive às custas da história de muitas moedas que morreram, tentando fazer de nosso país uma sociedade econômica. Uma pobre moeda que é usurpada, como todas as suas antecessoras que morreram. Uma mulher madura, destinada a uma prostituição cruel, tal como aquilo que sempre fizeram os androcráticos sobre os gilanistas, ou seja, nada mais que uma repetição de um ciclo simbólico que nos habita desde há muito.

Mas, qual deve ser a medida das coisas? Qual deve ser a medida das trocas?
Ou melhor: qual a medida do humano?
Compreendo que, se ficarmos atentos às trocas, aos valores, ao possível, percebemos que o humano merece moedas melhores para ter sua vida e seu poder pautados. Nem o dólar dominante, nem o euro cooperativo, nem o real i-real que temos.

Que venha 2017!
Que morram as mentiras em torno das moedas e seus poderes!
Assim seja!

segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

A Crônica dos Gatos

Eu tenho duas gatas, a Mia e a Kira.
A Kira, mais nova, bate na Mia. Assim a Mia, mais velha, me inspira mais proteção. Além do mais, ela já estava aqui primeiro, nós já tínhamos estabelecido nosso diálogo e estávamos nos dando super bem. De noite eu a buscava e já a encontrava protegida em sua casinha, que ficava na área de serviço. Eu olhava nos olhos dela, ela soltava seu miado suave, eu dava boa noite, fechava a porta da cozinha e ia dormir. Tudo harmônico! Mas isso mudou.
Primeiro chegou o Tigre, nosso macho, que eu já sabia que se fosse prá ficar, era pra ser um castrado. Um outro que chegou para ser Mel, e virou Tigre. Eu já tinha perdido outros machos e já tinha aprendido essa lição. Tigre perdeu seus instintos de procriação, mas não perdeu os de territorialidade. Mas, tudo bem; eu tinha duas casinhas e tava tudo tranquilo. Tigre entrou na dança. Não tirou a Mia de sua casinha e ocupou uma outra. Como sua tia Mia, sofreu violência na infância, tem seu rabo quebrado e nos chegou já bem medroso. Tem um trauma biológico. (sua tia tem rabo quebrado e ficou manca) Apesar de traumatizado, é o macho pernóstico, que se sente no direito de vir sentar no meu colo, entre eu e meu computador, quando estamos os quatro aqui na minha salinha de produção, na qual as duas fêmeas já estão acomodadas na sua. (obviamente com a Mia mais perto de mim e a Kira deitada na almofada no chão).
Daí um dia chegou a Kira de carona numa van escolar. A terceira gata, a segunda fêmea. Chegou de surpresa, tentei mandá-la embora, mas não consegui. E daí tudo mudou mesmo. A Mia meio que se marginalizou, pois perdeu sua casinha. O Tigre pegou a dela, a Kira pegou a do Tigre, e não necessariamente nessa ordem. E a Mia começou a passar as noites na rua. Para mim me parece óbvio que meu instinto protetor aflorou total. Para tudo estou como defesa da Mia, tentando colocar a Kira no seu lugar de segunda.
Um dos problemas que te trazem os gatos é que eles são um tanto noturnos e seu ritmo de sono é bem diferente do nosso. Mas eu descobri que a Mia era capaz de passar a noite quietinha, dormindo bem no pé do meu lado da cama, super ciente de que meu casamento ela não podia atrapalhar. Por tudo isso, hoje ela pode dormir em nossa cama.
E eu enxoto a Kira.
Bem, a Kira também é adorável. Não era para ser minha, mas acabou sendo, pois sou eu que os alimento. E a Kira é muito singular. Talvez por não ter tido um trauma de infância como tiveram os outros dois, ela é muito mais saliente. Ela sobe nas basculantes e fica equilibrada na janela do meu quarto, que é uma fina plataforma que beira um abismo. Ela chegou num sistema já estabelecido e demorou para se aventurar no quintal, onde mora nossa cadela descontrolada. Assim, afiou suas unhas no sofá (relaxei, pois era velho e já fui elogiada pela veterinária que estou conseguindo preservar o mais novo); e Kira ficou sendo uma gata de casa (dá até para levá-la para um ap. de boa, pois é a que mais usa a caixinha de areia que fica dentro de casa).
Enfim, não é que eu não goste da Kira, mas eu tenho um cuidado muito maior com a Mia que, dentre outras, está mais velha e com algumas limitações inerentes à idade de uma gata manca.
Então é isso. Esses são os gatos, suas ações e nossas relações. Mas, o que podemos tirar disso tudo?
Talvez uma percepção de que nosso "centro baixo" nos governe na construção de nossas relações e com isso ajuda a coordenar uma dimensão afetiva, subjetiva. O encontro entre o objetivo e o subjetivo. A natureza e a cultura, a matéria e o imaterial. A ação concreta conjugando um processo subjetivo.
Eu vejo minha relação com a gata Mia, que é um ser vivo autopoiético, e compreendo uma configuração subjetiva arquetípica: a relação com as crias, com aqueles que amparamos e ajudamos a criar. Adoro os três gatos, mas minha afeição por cada um deles é distinta. Seria por isso que os pais são diferentes de um filho para o outro?
As circunstâncias, as histórias, os eventos, as identidades. Elementos que, ao se conjugarem, constroem aquilo que vivemos como real.
Essa é a crônica dos gatos!

A vírgula

Meu problema, são as vírgulas ...
As vírgulas são as pausas ...
Meu problema são as pausas ...
As pausas são a respiração ...
Meu problema está na respiração!

sábado, 24 de dezembro de 2016

Quero passar prá vocês meus três santos.

Assimetria e dessimetria - o ser humano é ser simétrico frontal, mas não simétrico na lateral ou na sagital. Mas é postural e de organização de todo. E temos nossas entradas de captores, que nos dão nossas referências, constituindo-nos em um sistema de propriocepção. O desenvolvimento do ser humano no tempo produz marcas e passagens. Vai ficando na vida da pessoa, e vai oferecendo oportunidades de escolhas, decisões e ações. Vai nos configurando em posturas, que são um diálogo entre o tônico, o hipertônico e o hipotônico. Delícia é ter certeza de quando se está conduzindo, ou sendo conduzido, pois múltiplas partes de mim nesse todo são conduzidas pelo mar arquetípico da subjetividade social.


Esse natal eu não comprei nada. Quase não enfentei minha casa. Hoje, dia 24, estou com tempo para filosofar e trabalhar pela energia do momento. Ao notar que não comprei nada, mas que passei um computador prá Graça e um tablet pro Valdeci, compreendi mais uma vez um princípio da reciclagem.


A vida segue … com seu dia simbólico social.
Escolhi algo bem fácil esse ano, pois ano passado tava na base da festa familiar, uma vez que recebi a festa da família em casa. Mas esse ano vou de convidada e escolhi algo bem fácil para fazer, prá não ter trabalho hoje, coisa que tive muito, o ano todo. Muito bom estar agora comigo mesma e escrevendo um texto, coisa que tive pouco tempo para fazer nesse 2016. Enquanto tá todo mundo assando seu assado ou picando seus ingredientes e os misturando, eu posso estar aqui escrevendo.


Esse ano foi de muita aprendizagem e crescimento. E o mais interessante, foi que eu encontrei meus três santos. Uma vivência de transformação de personalidade.

O Ano de 2016 começou meio estranho, pois o Paquito se empolgou no som e perdeu a hora de fazer a contagem regressiva e, lá na praça pública do Alto Paraíso, nós começamos o ano alguns segundos depois do Brasil. Coisas dos chapados da Chapada. Mas, mesmo assim, o ano começou ...

Em continuação, eu e Saulo passamos a manhã do dia primeiro em trabalho no córrego Samambaia, mergulhando no poço Esmeralda. Energia correndo e limpando nas águas do rio num dia de sol e natureza fértil.

Experiência pública na praça e vivência de limpeza no privado, assim começou meu ciclo que se encerra nesses próximos dias (aliás, dias de portal, quase todos eles, de acordo com o atual Tzolkin).


E o ano foi rolando e, putz! Que ano! No micro e no macro. Na família minha mãe começou a dar indício de surtos, coisa óbvia de quem segurou os surtos de todo mundo ao longo do tempo. E merecido para quem chegou aos 87, pois loucura e sabedoria são semelhantes e velhice tem tudo a ver com os dois. Na minha família de origem, muitas ondas de movimentação.


Política, casamento, mãe, filh@s, trabalho, vida mesma! Tudo precisando acontecer e eu atravessando isso tudo. E chego agora no final, no balanço,e concluo que, uau! Que ano!!


Daí venho registrar que, dentre outros, nesse ano encontrei meus três santos protetores e guias e esse foi o melhor presente. Santo Antônio, São Francisco e São Jorge. Cada um colocado no seu centro, forjando uma armadura de proteção e força, algo tão forte que me deixou com vontade de compartilhar.


Santo Antônio, na minha infância, me guiou pra encontrar meu casamento. De tantas simpatias e tentativas de respostas sobre o casamento, ele me deu a mais certa, eu soube ouvir e, pá - cheguei lá. São quase trinta anos com Saulo daqui em breve. Foi o primeiro santo que consegui ouvir.

Depois que casei, prá atravessar momentos difíceis, recordei de um tal mantra que sugeria “fazei que eu procure mais compreender que ser compreendido, pois é dando que se recebe, é perdoando que se é perdoado e é morrendo que se vive …" E eu repeti em muito todo esse mantra ao longo do tempo, dentro dessa vida de lembranças e esquecimentos.

Daí São Francisco seguiu comigo, me deu a força para eu suportar as dualidades dicotomizadas, e me ajudou a construir um título de Mestre em Ecologia Humana. Via inconsciente veio me orientando e vejo que ele hoje se materializa, nesse tempo, no Papa Francisco. Pensem bem! Estamos no momento planetário de compreensão da vida em visão sistêmica, ecológica. E eu estudei isso esses anos todos, sob o olhar da psicologia, da sociologia e da educação e cultura.

Compreendi dias atrás que o meu grau de formação, seguiu na ajuda de São Francisco e sua ecologia. Um Santo posto, agora, no centro superior.


E esse ano me chegou um terceiro santo, minha terceira força que me guia e que me ajudou a organiza a triádica, algo necessário para seguir em frente o meu caminho no porvir, que é incerto.


São Jorge chegou contudo! E não chegou na oração cantada de São Francisco, num ritmo mais disciplina do pai. Chegou na ginga dançada, com ajuda de Jorge Ben Jor em sua linda tradução da oração de São Jorge. Um movimento que, na voz de Fernanda Abreu, num dia de trabalho em casa, toca no rádio e chega na dança do Rio Abierto! Dançando na sala entra São Jorge e começa a me girar. E se firma no meu peito e me entrega roupas e armas.
Viva, Jorge!
Jorge é da Capadócia!
Salve, Jorge!!!


Nesse momento recebi uma graduação forte. Fechou um ciclo, um saber. Uma ação e um viver.


São Francisco no meu pensamento e São Jorge no meu coração. Santo Antônio na minha base, me dando a força da manutenção, da preservação, da sobrevivência nessa vida tão árdua. A vida na matéria é ardua. Alcançamos alguns confortos, mas esse “árduo” continua se manifestando no inconsciente coletivo. Por isso a difícil tradução de certos processos.


Mas com trabalho e consciência, vamos transformando. O ser humano é um mago, um produtor de energias e manifestações. Um criador de eventos. Um feiticeiro das ondas. Conectar essa força produtora com forças estáveis é bom. Mas, ciente de que não está numa prisão, pois o mais difícil é isso: saber em qual dimensão da realidade estou. Pilotar isso com maestria. Mergulhar na matrix decifrando códigos e abrindo portas. Olhar o viver e o ser vivido.


Meu trabalho é esse: ajudar pessoas a encontrarem seus códigos e atravessarem suas portas. Portas de vida e de percepção. Eu não posso fazer pelo outro, pois cada um precisa abrir as suas portas. Mas, por ter caminhado, posso ajudar quem precisa caminhar.


Chegando ao final do ano, o que mais posso fazer é agradecer por isso! Muito trabalho, muita responsabilidade, mas muito crescimento. Mergulhada no consultório e numa clínica-escola de periferia, encontrei muita aprendizagem ao longo desse ano todo.

Os desafios do crescimento, as subidas e as quedas, mas a certeza de um crescer, de um transformar e de um aprimorar. Com humildade sábia, seguindo o princípio espiritual que esclarece que quanto maior, menor!


Nem sei mais prá quem escrevo isso.
Comecei pensando no público, depois no privado e depois voltei ao público.
Tenho receio em transitar por essa díade: público-privado. Uma das tensões ainda não bem resolvidas na minha configuração subjetiva de personalidade. O que tornar público? Como coordenar o que de mim me pertence e o que de mim não me pertence?


Então, depois de (re)ler o que escrevi até aqui, que foi bastante, vou finalizar decidindo levar isso para meu blog mesmo, como post de natal.


Com as forças e as proteções do invisível, Feliz Natal!!!!
Quero passar prá vocês meus três santos. E estou tão feliz, pois isso também se converte num trabalho: "encontre seus três sant@s e harmonize seus três centros". Seria um bom presente de dia de reis.

Com especial carinho para minhas três irmãs! Minhas três Marias. Minha sorte de ser quatro em sete. 

domingo, 18 de dezembro de 2016

O princípio da mórula

Sobre a mórula
Ela é aquele momento da vida, onde múltiplos iguais sabem exatamente como agir para ser uma parte no todo.
O momento da diferenciação.
Nesse momento todos tem o cóigo coletivo em suas mãos e executam exatamente aquele a que foram incumbidos.
Eu sei a minha parte no todo, eu sei como agir para mim e para o todo.
Esse é o princípio da vida, a lógica da vida.
Cada uno sabe do todo e por ele contribui para que ele mesmo possa sobreviver.
Essa é a linguagem ecológica que precisa ser ensinada nas escolas.
Quando essa linguagem se incorporar e puder atuar, vamos conseguir a tão almejada mudança qualitativa para viver em harmonia com a humanidade e o planeta.

Sigamos o princípio da mórula ..


.