Minha razão

Olá!!
Criei esse espaço para postar subjetivações subjetivantes do sujeito que sou!
Filosofia, psicologia, educação.

segunda-feira, 13 de junho de 2022

Sobre as REDES

Em tempos de liberar a mente linear e adotar a mente de complexidade, seguem apanhados sobre o tema das Redes para auxiliar no entendimento e na materialização desse princípio de organização e compreensão da vida. Estudos em Fritjof Capra e Edgar Morin me possibilitam escrever essas palavras que aqui disponibilizo, dentre outros autores relevantes.

Uma rede viva é algo que continuamente produz a si mesma, pois nela a função de cada componente consiste em participar na produção e/ou na transformação dos outros componentes. Com essa característica a rede continuamente cria a si mesma.

A ideia de REDE produz um novo sentido para a HIERARQUIA, gerando novas perspectivas. Quando falamos em redes fazemos prevalecer a noção de entrelaçamento e interdependência. Um não está sobre o outro ou mais que o outro. Na rede os uns são co-existentes e interdependentes, são do mesmo circuito. Isso significa que um nível não é mais fundamental que outro e cada nível, plano ou dimensão, é fundamental na mesma proporção.

Isso é assim, pois nas redes o foco sai das partes e vai para as RELAÇÕES e o objetivo do TODO. No sentido de rede o grupo é entendido como uma teia dinâmica de inter-relação, na qual o Todo resulta das propriedades individuais, que agem mutuamente umas sobre as outras, sendo isso o que confere a CONSISTÊNCIA GLOBAL.

As relações em um padrão de rede são não-lineares. Uma influência ou mensagem pode viajar ao longo de um caminho cíclico, que pode se manifestar como um entrelaçado de realimentação. Essas realimentações ou retroalimentações possibilitam que a rede regule a si mesma.

As comunidades humanas são como redes e a maneira apropriada de lidarmos como nossa natureza de REDE é usar o diálogo, o respeito mútuo e a cooperação. Se esses três elementos não são considerados e ativados, o sentido de rede morre e entra em cena a morte e a destruição da vida da rede e, portanto, de seus componentes. A rede entra em entropia e autodestruição.

Uma comunidade que se entende como REDE traduz-se como um sistema que, ao encontrar um ponto crítico, toma decisão com base na sua história. A relação entre estrutura e história é característica de todos os sistemas vivos e uma comunidade humana não é algo fora da vida. As minúsculas flutuações aleatórias, que seriam o chamado RUÍDO, podem induzir uma escolha de caminho. Se a humanidade adotar definitivamente o sentido de Rede para compreender sua forma de organização, ficará mais atenta aos ruídos e aos caminhos que esses induzem. E se considerar sua história, não mais irá propagar ruídos de entropia.

Uma comunidade com comunicação ativa aprende com seus erros. Os erros trazem consequências que se espalham por toda a rede, retornando à fonte como ação de correção. Essa é a forma coerente de regular a si mesma que a rede possui.

Assim, em se falando de Rede de Vida Humana na Terra, precisamos melhor nos compor em nossos lugares. Se sou ser humano focado só na Parte, e não no Todo, sou um agente de entropia constante.