Minha razão

Olá!!
Criei esse espaço para postar subjetivações subjetivantes do sujeito que sou!
Filosofia, psicologia, educação.

quarta-feira, 22 de março de 2023

Psicologia Social

Neste texto irei compartilhar uma resenha que fiz sobre o livro "O social na psicologia e a psicologia social", de Fernando González Rey, cuja edição que tenho data de 2004, publicado pela Editora Vozes. Essa resenha eu fiz para meus alunos e alunas de Psicologia Social II, cuja ementa sugere amplificar o campo de entendimento da psicologia social para muito além da psicologia behaviorista (ou comportamental) norte americana. Portanto, o texto desta resenha é profundo e um tanto filosófico, mais do que teórico. Aqui não vou trazer a leitura de González Rey sobre a teoria da psicologia social, mas sua discussão sobre a ONTOLOGIA.

O livro está organizado em 3 capítulos. No primeiro ele compartilha a visão do social em diferentes campos da psicologia, no segundo ele discorre sobre as visões do social na psicologia social e no terceiro apresenta seu próprio entendimento e a sua busca pela construção de uma teoria que integre os fragmentos que encontrou no seu caminho de estudos.

É um livro de uma momento de maturidade em sua própria teoria da subjetividade, que ele construía desde 1994, ou até um pouco antes, se agregarmos ao seu histórico o foco na categoria de personalidade. Como é um autor que tem algo a propor teoricamente, mostra nessa obra o que considera os pontos fracos das outras teorias que existem na psicologia social e na psicologia como um todo.

Ele deixa claro no livro como as visões reducionistas de nosso objeto de estudos (o social na psicologia) acabam por perder de vista a complexidade do fenômeno psicológico humano. Assim ele propõe a saída da assunção da subjetividade como o foco de estudos da psicologia, dentro dos seguintes aspectos:

 - termos em mão algo que atenda a todos os campos, contribuindo com a construção de uma PSICOLOGIA GERAL.

 - a subjetividade entendida como um sistema de categorias e não uma categoria em si, absoluta e determinante. Essas categorias visam evidenciar o valor heurístico desse sistema macro.

 - Compreender a subjetividade como especificidade ontológica do psiquismo humano. Nesse sentido, ela seria o campo qualitativo onde não existiriam as dicotomias, apesar de haver contradição e paradoxo.

O ontológico é um termo que González Rey emprega para defender a qualidade diferenciada dos processos e fenômenos do mundo psicológico humano. Com isso quer destacar a especificidade qualitativa que anima os registros de realidade que emergem em nossas construções. Assim, pretende superar a noção de que a única coisa a ser referida nos estudos humanos e seus espaços sociais sejam as práticas e relações.

Compreender a subjetividade como uma ontologia humana é compreendê-la como PRODUÇÃO e não como REFLEXO e é considerar que não existe ISOMORFIA entre a psique e o social, pois são fenômenos qualitativamente diferentes. O que caracteriza subjetivamente o psiquismo humano é seu caráter GERADOR.

A base ontológica daquilo que ele define como subjetividade é a unidade simbólico-emocional produzida no curso das experiências que se desenvolvem num espaço de cultura.


terça-feira, 21 de março de 2023

Complexidade do Eu

É complexo, daí o desafio. Já coloquei em outros lugares aqui, mas eu mesma gosto sempre de relembrar. O pensamento dicotômico se cura pela dialógica e precisamos conhecer as múltiplas polaridades em tensão, tais como: o dentro e o fora; o individual e o social; a Eu e o Outro; o sujeito e o objeto; o real e o irreal; o consciente e o inconsciente; a família e o mundo; o autor e o personagem; o ator e o palco; a figura e o fundo; a estabilidade e a instabilidade; a subjetividade do objetivo e a objetividade do subjetivo.

Estudando o construcionismo social listei mais alguns dos polos que produzem a dicotomia do Eu, que são: a mente e os sentidos; a imaginação e a percepção; o ideal e o real; o subjetivo e o objetivo.. Sujeito e objeto; Eu e o Mundo.

Dessa dicotomia derivaram as escolas de pensamento que olharam para um dos polos, tentando anular ou desqualificar o outro. Do polo mental e idealista vieram o racionalismo, o idealismo e o estudo pelo abstrato. Do polo dos sentidos e da percepção vieram o pragmatismo, o empirismo e o estudo pelo concreto. Nas primeiras escolas a tese de que o mundo é a minha representação. Nas segundas a tese de que a ideia se pauta pela realidade, buscando frear o absolutismo da razão.

Ficar na mente dicotômica é estacionar no "ou é ou não é". Curar a dicotomia com a dialogicidade da complexidade é mergulhar no "é e não é", no "ser e não ser". E isso traz implicações ontológicas e também epistemológicas. Tal como já pude desenvolver antes em outros textos, lembro que a personalidade e o sujeito se desafiam permanentemente na organização do Eu, que é flutuante e afastado do equilíbrio.

Somos seres em dialógica, em movimento, em permanência e impermanência. O ator atua papéis sociais que se constroem nas relações sociais e também produz a si mesmo no jogo dialógico dessas múltiplas polaridades em tensão. A identidade seria como um ponto de referência, mas não o todo da coisa. Ela é um jogo entre a transformação e a manutenção, entre o diferente e o igual.

Por isso vale trazer a filosofia de Ortega-Y-Gasset que afirma que não existe um Eu absoluto. É sempre o Eu e sua circunstância. E não existe um ponto fixo para ser Eu. Existe uma complexidade contraditória e paradoxal sobre um ser que está no mundo em seu "ser aí", identificado com o seu "que fazer".

segunda-feira, 20 de março de 2023

Como as disciplinas se relacionam?

 Certas coisas eu trago pra cá, pois eu sei que aqui as acharei sempre que necessitar. Segue um ótimo resumo sobre a maneira, ou a forma, que as disciplinas de integram, se relacionam, produzindo campos de saberes.

MULTIDISCIPLINARIDADE - possibilidade de compreender um fenômeno com o aporte de várias e diferenciadas disciplinas.

PLURIDISCIPLINARIDADE - forma de desfragmentar o ensino justapondo disciplinas afins, disciplinas que são vizinhas e que formam áreas de estudos integrados.

INTERDISCIPLINARIDADE - a interdependência, a interação e a comunicação existente entre as áreas de conhecimento em um todo harmônico e não fragmentado.

TRANSDISCIPLINARIDADE - perceber o que está entre as disciplinas e para além de cada uma delas. Interessa-se pelos conhecimentos que não possuem assento em nenhuma das disciplinas.

quarta-feira, 15 de março de 2023

Os elétrons são vivos

O elétron vive um espaço seu, fechado em si, mas também produz interações virtuais à distância. Isso é algo importante de compreender para acercar-se da realidade da energia e da matéria.

Existe um nível psíquico das partículas onde elas apresentam as capacidades de comunicar-se entre si, considerando que elas são capazes de produzir essa comunicação mesmo à distância. Elas trocam informação, sendo que essa troca de informação pode ocorrer também à distância.

As ondas de DNA seriam como radiação eletromagnética decodificada. Nem somos capazes de abarcar tudo que isso significa.

A direção dos spins faz parte de uma opção. Ainda que sejam duas direções há um "ser livre para optar".

São propriedades do elétron a memória (armazenar conhecimento), o pensamento (a capacidade reflexiva), a ação (o movimento) e a ligação (amor). Essa micropartícula sabe, pensa, age e sente, imantando umas com outras.

Essas informações eu encontrei no livro "O Espírito, esse desconhecido", de Jean E. Charon. Ao entrar em contato com essa obra compreendi a máxima de Tales de Mileto: TUDO ESTÁ CHEIO DE DEUSES. Charon defende que o espírito habita o elétron. Cada micropartícula seria, em si, um ser espiritual. Estamos, assim, habitados por Deuses, somos a morada dos Deuses.