Minha razão

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Criei esse espaço para postar subjetivações subjetivantes do sujeito que sou!
Filosofia, psicologia, educação.

terça-feira, 21 de março de 2023

Complexidade do Eu

É complexo, daí o desafio. Já coloquei em outros lugares aqui, mas eu mesma gosto sempre de relembrar. O pensamento dicotômico se cura pela dialógica e precisamos conhecer as múltiplas polaridades em tensão, tais como: o dentro e o fora; o individual e o social; a Eu e o Outro; o sujeito e o objeto; o real e o irreal; o consciente e o inconsciente; a família e o mundo; o autor e o personagem; o ator e o palco; a figura e o fundo; a estabilidade e a instabilidade; a subjetividade do objetivo e a objetividade do subjetivo.

Estudando o construcionismo social listei mais alguns dos polos que produzem a dicotomia do Eu, que são: a mente e os sentidos; a imaginação e a percepção; o ideal e o real; o subjetivo e o objetivo.. Sujeito e objeto; Eu e o Mundo.

Dessa dicotomia derivaram as escolas de pensamento que olharam para um dos polos, tentando anular ou desqualificar o outro. Do polo mental e idealista vieram o racionalismo, o idealismo e o estudo pelo abstrato. Do polo dos sentidos e da percepção vieram o pragmatismo, o empirismo e o estudo pelo concreto. Nas primeiras escolas a tese de que o mundo é a minha representação. Nas segundas a tese de que a ideia se pauta pela realidade, buscando frear o absolutismo da razão.

Ficar na mente dicotômica é estacionar no "ou é ou não é". Curar a dicotomia com a dialogicidade da complexidade é mergulhar no "é e não é", no "ser e não ser". E isso traz implicações ontológicas e também epistemológicas. Tal como já pude desenvolver antes em outros textos, lembro que a personalidade e o sujeito se desafiam permanentemente na organização do Eu, que é flutuante e afastado do equilíbrio.

Somos seres em dialógica, em movimento, em permanência e impermanência. O ator atua papéis sociais que se constroem nas relações sociais e também produz a si mesmo no jogo dialógico dessas múltiplas polaridades em tensão. A identidade seria como um ponto de referência, mas não o todo da coisa. Ela é um jogo entre a transformação e a manutenção, entre o diferente e o igual.

Por isso vale trazer a filosofia de Ortega-Y-Gasset que afirma que não existe um Eu absoluto. É sempre o Eu e sua circunstância. E não existe um ponto fixo para ser Eu. Existe uma complexidade contraditória e paradoxal sobre um ser que está no mundo em seu "ser aí", identificado com o seu "que fazer".

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