Minha razão

Olá!!
Criei esse espaço para postar subjetivações subjetivantes do sujeito que sou!
Filosofia, psicologia, educação.

domingo, 18 de setembro de 2016

Um caminho pedagógico

      A psicologia compreende algumas coisas e faz algumas propostas. Problematiza seu tema de estudo e produz alguns experimentos que lhe possibilite confirmar suas hipóteses.
      A pedagogia, por sua vez, busca caminhos de transformação pela via de construção do conhecimento. Ao contrário do que se defende em algumas instâncias, a educação é a possibilidade de ajudar um outro a produzir seu próprio conhecimento. A pessoa precisa conhecer o que já se produziu, mas com base nisso deverá produzir o seu próprio, senão o conhecimento não acontecerá nela. Ela irá se informar, se aproximar, mas poderá esquecer. Ou então poderá se mecanizar no encontro com o conhecimento, reproduzindo-o automaticamente, sem saber muito bem do que está falando, pois reprodução mecânica de informação não é relação de conhecimento vindo de um saber. Um saber que, como diria Baldani, vem de um sabor experimentado e conhecido.
       Um de nossos desafios no lugar de humano é a dialética da sujeição e do sujeito. A que Eu me sujeito? Um certo grau de sujeição é necessário, senão, não dialogo. Preciso sujeitar-me a onda social, mas posso dialogar com ela e tensioná-la. Esse é o jogo do sujeito e do social.
       A dificuldade nesse jogo mora no inconsciente, no oculto, pois ele é surpreendente. Entretanto, é aí que mora também o poder criativo, o poder de gerar o novo.
       O que é um condicionamento? Essa é uma das primeiras categorias que marca o caminho da psicologia como ciência. Algumas coisas passam a ser condicionadas. E quando isso acontece, não precisa mais sujeito. A pessoa funciona perfeita na onda social, sem tensioná-la. Por isso alguns de meus colegas trabalham para os grandes sistemas, ajustando as pessoas ao seu ciclo de forma que fluam, não sofram, produzam o necessário e permitam ao sistema seguir funcionando.
       Mas sabemos como psicólogos que o não condicionamento também acontece. Alguns saem da métrica e não conseguem ajustar-se ao normatizado. É aí que entra o grande desafio da psicologia: explicar os desviantes da norma.
       Então, percebam: uma onda social e um sujeito. Sou a onda ou surfo na onda? O que é a onda? O que é o sujeito? O que é uma pessoa assujeitada? Quem pode nos mostrar isso é um caminho pedagógico. O caminho do conhecimento. Do conhecer o mundo, aprender a lê-lo e conhecer o sujeito que lê o mundo, proporcionando a integralidade do conhecedor e do conhecimento.
       E a estratégia de uma pedagogia em si coloca o objeto integrado ao sujeito, na vivência concreta do conhecer. O que transforma é a pedagogia. A compreensão é subjetiva/objetiva e o processo é pedagógico de si e em si mesmo. O Eu em autopoiese.
       Muitos sabem o quanto a pedagogia transforma. Daí as constantes interferências e abandonos nesse campo. Muitos preferem seguir nos condicionamentos, tentando perpetuar uma robotização do humano. E nesse trabalho a psicologia abre seus leques e dialoga com outros campos, dentre eles, a pedagogia. O ser humano precisa estar no mundo, importante conhecê-lo sentindo-se parte dele.

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