Minha razão

Olá!!
Criei esse espaço para postar subjetivações subjetivantes do sujeito que sou!
Filosofia, psicologia, educação.

domingo, 12 de junho de 2016

Aprendizagem e sentido

       Hoje passei parte do meu dia corrigindo provas de psicologia social comunitária. A prova contava com duas questões discursivas, que precisavam ser respondidas mais com compreensão do que com acumulação de conhecimento. Ao corrigir as provas, percebia que alguns estudantes conseguiram CAPTAR O SENTIDO do ponto essencial da disciplina, que seria discutir a dimensão do assistencialismo e do empoderamento, assim como articular os conceitos de comunidade, redes e o papel do psicólogo social comunitário. Então, enquanto lia as respostas, compreendia que isso poderia ser a aprendizagem: captar os sentidos.
       Nós humanos podemos captar sentidos e aprender; produzir sentidos e criar. O sujeito na subjetividade cria intenções. A intenção produz uma ação, que gera um movimento, que irá encontrar novas intenções. Entretanto, as intenções podem ser criadas, ou seja, podemos produzir novas intenções, mas também podemos usar intenções já produzidas. O já produzido entra como recurso possível ao processo subjetivo. O humano pode criar ou reproduzir, e o criar coloca o sujeito, para o bem ou para o mal. Quando há criação e manifestação, há um sujeito ativo.
       A subjetividade é o Todo. Muitos Todos produzem um novo Todo, diferente da soma dos Todos que o compõem. A subjetividade é o Todo e só existe subjetividade no Todo. O Todo é o singular e o plural, dependendo de onde está o foco e  intenção.
       O nosso trabalho é pedagógico, temos que fazer pedagogia. Temos que educar e o que transforma é O educar como ação. E, sendo ação, se faz no sujeito. No meu caso, compreendo que trabalho com produção de sentidos, tanto como psicoterapeuta, quanto como educadora. Provoco para que o outro produza em si seus sentidos e assim alcançarmos transformação.
       A isso procurei caraterizar como Pedagogia em si - eu não aprendo fora, em abstrato. Aprendo em mim, em ato e captação de sentidos. Captar o sentido de algo compartilhado é abrir em si uma nova zona de sentido. Produzir um novo sentido é produzir novas zonas de sentido ao conhecimento humano. Alguns se dedicam a isso: ampliar o conhecimento como novas zonas de sentido. Outros apenas captam sentidos já colocados. Mas todos podem produzir novos sentidos em sua subjetividade individual. E compartilhar seus novos sentidos para que eles possam ser captados por outros.
       É estranho tentar dialogar com o aprender e o produzir. Temos que aprender coisas que outros produziram. Mas para que isso passe a ser recursos nas minhas configurações subjetivas, preciso produzir para mim. Para fazer sentido em mim e para mim precisa ser meu, em mim. Seria esse o diálogo que Mead queria com o Eu e o Mim? Dois momentos que estão em diálogo para construir o meu real? Em algum lugar a dialética se faz una. Que seja, então, na subjetividade. 

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