Minha razão

Olá!!
Criei esse espaço para postar subjetivações subjetivantes do sujeito que sou!
Filosofia, psicologia, educação.

sábado, 30 de julho de 2011

Sentido Subjetivo

       Dando sequência ao estudo das categorias da subjetividade humana cultural-histórica, vou falar hoje sobre o sentido subjetivo.
       Como compreender a subjetividade em dinâmica? Como compreender o simbólico e o emocional em unidade? Como compreender a configuração subjetiva em processo, em instabilidade, em complexidade? Através do sentido subjetivo.
       Essa categoria foi delineada para fazer valer essas inquietações relativas ao psiquê. Somos uma unidade entre aquilo que pensamos e aquilo que sentimos nesse corpo físico que habitamos. Relacionamos nos espaços sociais que são concretos e históricos. Estamos efetuando ações que são significativas ou não para nós.
       Todavia, quando algo é muito significativo, produzimos sentidos subjetivos relacionados a isso. Essa produção é sempre atual, individual e, portanto, relativa ao sujeito que produz. Um mesmo evento pode ter repercussões variadas nas distintas pessoas que o vivenciam. Não existe relação de linearidades, por exemplo, ele falou que sou feia, então vou chorar. Não. Isso é falso. Posso chorar e me acuar; posso ficar com raiva e bater no outro; posso ficar indiferente, pois estou tranquila em mim mesma e essa qualificação não vai me afetar ... enfim, posso reagir a um evento das mais variadas formas.
       Uma mesma pessoa pode responder a um evento de formas inusitadas para ela, pois a produção de sentido subjetivo tem o caráter do surpreendente, do momento atual, mais do que dos a prioris. É óbvio que seria ingenuidade descartar as cristalizações nas configurações subjetivas, assim como aquelas respostas que já estão no automatismo da pessoa. Mas estamos falando de sujeito e da possibilidade de compreender a vida em dinâmica, em processo e em produção. Aqui evidenciamos o sentido da psicoterapia, ou seja, auxiliar a pessoa a desmontar suas cristalizações que deixam sua personalidade estagnada e que lhe causam dano.
       Da mesma forma, de uma pessoa para outra vão ocorrer reações distintas ante um mesmo evento concreto. O pai, que é o chefe da família, morre subitamente. Um filho pode entrar em depressão, pois perdeu sua referência; outro pode ficar exultante, pois a autoridade repressiva não existe mais. Ou seja, não existe a universalidade, existe a diversidade e a multiplicidade de produções subjetivas.
       O sentido subjetivo caracteriza a unidade do simbólico e do emocional. As experiências subjetivas, que muitas vezes são da ordem do não-consciente, vinculam a dimensão racional à dimensão emocional. O significativo é produtor de sentido subjetivo. E isso está para além do sentido do positivo e do negativo. Está para além da intencionalidade. É algo da esfera do surpreendente, da transformação, do ir através das formas.

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