Minha razão

Olá!!
Criei esse espaço para postar subjetivações subjetivantes do sujeito que sou!
Filosofia, psicologia, educação.

sábado, 16 de julho de 2011

Um sistema de categorias

       A subjetividade é uma forma de encarar ou compreender o mundo. Estivemos longo tempo pautados pelo objetivismo e com isso perdemos alguns aspectos de nosso mundo, principalmente aqueles que não se explicam pelo realismo, pelo racionalismo ou pelo positivismo.
      O movimento que levou ao encontro com essa forma de ler o mundo, por incrível que pareça, não partiu das ciências humanas e sim das ciências naturais. É a física com a incerteza, com a relatividade e com a mecânica-quântica, que abre espaço para o "amolecimento" das humanidades "endurecidas  e esfriadas" em nome do cientificismo. Quando a física, ciência da natureza e matriz de muitos paradigmas, encontra a incerteza, ela ajuda a fazer emergir com força a filosofia da ciência que discute a ética, o sentido e o significado de produzir conhecimento por diferentes vias ou caminhos com as suas diferentes consequências.
       No processo de fazer renascer o sujeito, que havia sido pautado por uma ausência, González Rey pensa na subjetividade como um sistema que pode ser abarcado por algumas categorias que se interpenetram e se complementam. Elas seriam: o sentido subjetivo, a configuração subjetiva, a subjetividade individual, a subjetividade social e o sujeito. São categorias cujo objetivo é gerar inteligibilidade aos processos complexos da subjetividade humana, que são todos inalcançáveis pela razão, pela cognição humanas. O que nos chega é somente uma representação desses processos que são, na sua maioria, não conscientizados.
       O sujeito seria a categoria que nos possibilita trabalhar os espaços intencionais, volitivos e emotivos, que são aqueles que cegam a razão. O sujeito é aquele que lida com a realidade, (considerando que o real é, tal qual a subjetividade, inalcançável pelos sentidos ilusórios e por nossa limitada capacidade racional) de forma concreta em sua ação. Ele é um malabarista nesse mundo cercado por ideologias invisíveis e traiçoeiras. Se o sistema trabalha pela manutenção do status quo, onde o ser humano não pode ir além de seu estado de inocente útil, o sujeito exerce o papel de contestação, de ruptura e de construção de alternativas que estão para além da previsível mecanicidade estabelecida pelos poderes dominantes. Ao partir da reflexividade, o sujeito seria a via de criação de alternativas diferenciadas.
       A Teoria da Subejtividade resolve alguns dilemas que emergem no momento que buscamos compreender a relação essencial entre a pessoa singular e o mundo coletivo sem dar supremacia a um ou a outro e esclarecendo como um interfere no outro. Nesse modelo teórico o social está no tempo e no espaço, transmutando-se do material para o imaterial, e o sujeito está também no tempo e no espaço, materializado o imaterial da abstração reflexiva nas suas ações criativas e interventivas.

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