Minha razão

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Criei esse espaço para postar subjetivações subjetivantes do sujeito que sou!
Filosofia, psicologia, educação.

sábado, 13 de fevereiro de 2016

Relatos de uma experiência sensorial

O tempo não é linear.
Segue um registro de um momento mais atual, mas importante para abrir um novo marcador, Pedagogia de si em si.
   
Uma das bases do processo de formação pelo qual passei, e por onde vou conduzindo meus alunos, é o da vivência concreta no/do método para alcançar aprendizagem, algo que vem pela transformação de/em si. Nessa vivência produzem-se sentidos, dos mais variados, e o todo vai caminhando no processo de se formar.
     Na disciplina de estágio supervisionado ao longo de 2015, busquei compreender mais a pedagogia de si em si. Como não posso registrar nada de minhas alunas, por conta da ética em pesquisa com seres humanos, vou colocar aqui o meu registro de uma experiência.
     O trabalho que duas alunas trouxeram consistia em percorrer um circuito sensorial com olhos vendados, sendo conduzido por uma pessoa guia, que se transformava a cada nova pessoa que entrava no circuito. Quem era conduzido, depois conduzia um outro. Sentimos os sentidos: tato, audição, paladar, olfato e percepção espacial, desprovidos de visão.
     Segue meu registro pessoal da vivência:

Os pés encontram algo estranho, um tanto aversivo. Mas continuar faz perceber que o aversivo se transforma. O seguir foi trabalhar a experiência de confiar. No outro que conduz e nos pés que sentem os limites do chão. Depois senti algo que eu particularmente necessitava nesse momento: carinho relaxante. As mãos recebem, mas o corpo inteiro sente, processa.
Ao final - confia - algo frio nas mãos, algo que desce bem pela garganta. Não abandonei a experiência.

Conduzir é cuidar.
O cuidar com pouco interferir na vivência do outro.


     Nesse relato pessoal aparece o registro da aprendizagem vivencial. Da vivência sensorial ao conceito de condução e cuidado. Conceitos vitais ao trabalho de um psicólogo e importantes de aparecer no processo de formação dos estudantes. E nos diálogos, onde cada uma compartilhou o que vivenciou, registramos de forma racional e emocional a vivência em cada sujeito concreto.  
     Assim, estimulando a coragem em conhecer o humano, vamos trazendo para a vivência em primeira pessoa o processo de construção. Com ética, respeito e dignidade, pois a aprender autêntico é aquele que vai ficar.
     E esse trabalho foi mestre, pois pegou mesmo pelo mais concreto que temos, nossa sensoreação neural do espaço/tempo.

Não tenho o dia em que foi feita essa experiência na turma de estágio,
mas foi em princípios/meados do segundo semestre de 2015. 

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